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A publicitária Eliane El Badouy, diretora acadêmica e professora de mídia e marketing, gerência de novos produtos, serviços e marcas da Esamc (Escola Superior de Administração, Marketing e Comunicação) fará a palestra Comunicação “Pequenas Verbas, Grandes Resultados” dentro da programação do 1º Ciclo de Palestras MBA – Esamc. O evento acontece no próximo dia 21, às 19h30. A entrada é um quilo de alimento não perecível.

Segundo Eliane, um trabalho de comunicação bem sucedido pode ser feito sem comprometer todo o orçamento que um cliente tem disponível. Para isso, é necessário que o publicitário tenha clareza com relação ao público-alvo, uma boa dose de ousadia e coragem e ter em mente objetivos realistas. “Não são necessárias verbas absurdas para desenvolver um bom trabalho. Uma das formas é ter coragem de sair do lugar-comum, com muita criatividade”, afirma a publicitária.

Eliane explica que os consumidores são bombardeados, diariamente, por uma série de concorrentes que disputam o mesmo público. “O que acontece é que a maior parte dos anunciantes roda, roda e acaba fazendo as mesmas coisas, uma vez que os produtos hoje são muito parecidos, por maior número de itens que eles agreguem”, diz. Um bom exemplo, segundo ela, são as marcas de sabão em pó: existem os com lavanda, com amaciante, com poder alvejante, que potencializam a cor dos tecidos, entre tantos outros itens, mas todos seguem, mais ou menos, a mesma linha, com os mesmos canais de distribuição e os preços bem parecidos. É aí que a comunicação faz a diferença porque a função dela é tornar o produto conhecido para, depois, gerar a ação de compra. “Isso não quer dizer que as marcas melhores ou as que ocupam um nicho de mercado necessitem de um anúncio de maior porte. A idéia é buscar o memorável, o diferente”, declara.

Nem sempre a comunicação, como muitos anunciantes acreditam, resolve todos os problemas. “Ela resolve, por exemplo, no sentido de desenvolver um produto ainda não familiarizado, cujos benefícios os consumidores ainda não conhecem direito. Nesses casos, é necessário desenvolver no consumidor o desejo pela categoria de produto”, diz. Eliane cita como exemplo o telefone celular que, no início, era desconhecido e as pessoas não sabiam que poderiam utilizá-lo. “Foi preciso um trabalho para que o produto fosse conhecido, mostrando sua utilização. Agora, a propaganda é voltada ao desenvolvimento da tecnologia do celular, GSM ou CDMA”, afirma. O mesmo acontece, atualmente, com a tevê digital, ainda pouco conhecida.

“Normalmente, quem abre uma categoria de produto, acaba assumindo o ônus, todo o peso da comunicação”, observa. Logo, grandes anunciantes surgem, puxando essa categoria para a frente, necessitando de um grande poder de alcance, de uma cobertura que atinja o maior número de pessoas possível.

RESPONSABILIDADE – O publicitário responsável é aquele que está comprometido com o resultado do anunciante. Eliane explica que as agências sérias são aquelas que não estão preocupadas com os 20% que vão receber de remuneração, mas sim aquelas que estão preocupadas, de verdade, com o resultado efetivo, a médio e longo prazo, “não só a curto prazo”. Como o mercado hoje não vive mais sem o trabalho do publicitário, Eliane observa que, quanto maior a demanda, maiores os riscos porque “no meio do trigo, existe o joio”.

“Existem os oportunistas, aqueles que não sabem de fato o que estão fazendo. Costumam fazer o que chamamos de ‘mídia da mãe’, ou seja, aquela que até minha mãe faria”, afirma. Antes de contratar uma agência, Eliane indica alguns passos: o primeiro, conhecer os trabalhos desenvolvidos por essa agência e para quem. Outra maneira é verificar quais foram os resultados que esses clientes obtiveram com o trabalho. “Esse ano vimos uma iniciativa muito importante nesse sentido: a ABA (Associação Brasileira de Anunciantes) premiando as agências que desenvolvem trabalhos sérios, com clientes há mais de 20 anos”, diz. O tempo de casa, segundo ela, é muito importante.

INTERIOR – Com a carreira desenvolvida numa agência do interior, a publicitária acredita que talento, criatividade, comprometimento e responsabilidade não têm ligação com localização geográfica. “Existe muita gente séria trabalhando no interior”, declara. Mas comenta que falta coragem por parte de alguns anunciantes de não se preocuparem em entregar suas contas às agências interioranas. “Isso acontece ainda hoje e sempre me irritou muito”, afirma. “Quando um anunciante que não é nada, procura uma agência pequena no interior. A agência desenvolve esse anunciante, gera o segundo objetivo de comunicação – a visibilidade e a preferência pela marca – e aí, seduzido por outras propostas, esses anunciantes migram para agências maiores”, declara. O resultado é que acabam entregando suas contas a profissionais que colocam o orçamento nas alturas, fazem uma ação para um período só e abandonam o cliente”, comenta. Para a publicitária, “uma comunicação memorável não necessita de verbas milionárias”.

SERVIÇO – A palestra Comunicação – Pequenas Verbas, Grandes Resultados, acontece no dia 21, das 19h30 às 21h, no auditório do Simespi que fica na rua Samuel Neves, 1.601. Inscrições no site www.esamc.br e informações no telefone (19) 3417-8600.

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