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A partir de hoje (29), cerca de 190 empresas ligadas ao Simespi, sindicato que representa o setor metal-mecânico, o mais importante de Piracicaba, terão acesso a um crédito avaliado em R$ 300 milhões, disponibilizado pela Caixa Econômica Federal, por meio de uma parceria anunciada ontem entre o banco, a entidade, além da Universidade Metodista de Piracicaba (Unimep) e do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae).

Inédito na região, o convênio, que será assinado oficialmente às 18h30, no auditório do Simespi, localizado à rua Samuel Neves, prevê assessoria à elaboração de projetos, consultoria para inovação tecnológica e atendimento personalizado aos empresários, a grande maioria, micro e pequenos que, sem ajuda especial, não conseguem financiamento para a aquisição de máquinas, insumos, tampouco o aval das instituições financeiras para o capital de giro, o dinheiro que move o dia-a-dia das firmas. A aliança foi divulgada ontem (28), durante coletiva à imprensa comandada pelo presidente do Simespi, Tarcísio Mascarim.

Com a liberação de R$ 300 milhões, com média estimada em R$ 250 mil a R$ 3 milhões, em projetos, por unidade, Piracicaba registrará um salto de qualidade em termos econômicos, de acordo com estudiosos e outros expertises neste segmento. Ainda não há números fechados, mas a perspectiva é de que, uma vez abertos a novos projetos, os empresários terão possibilidade de contratar bem mais, a curto prazo, assim como ampliar seus parques fabris, garantindo a tão sonhada auto-sustentabilidade. Com isso, o chamado Produto Interno Bruto (PIB) da cidade, estimado em R$ 7 milhões em 2007, pode até crescer.

De acordo com o superintendente regional da Caixa, Isaac Samuel dos Reis, serão diretamente beneficiados os executivos que desejam investir numa sede própria, por exemplo, ou mesmo na ampliação da capacidade produtiva. As principais linhas de crédito que farão parte da parceria são os financiamentos Finame, Proger e do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), a juros variando de 5% a, no máximo, 6,5% ao ano.

A novidade é que a taxa de juros poderá ser negociada de acordo com o relacionamento e a saúde financeira da empresa. O vital não é ter um bom faturamento, mas uma situação estável sob a ótica do setor administrativo. Dependendo da articulação, os juros podem até cair", observa o gerente-regional do Sebrae, Antônio Carlos de Aguiar Ribeiro, o Kal. "Será uma reação em cadeia fundamental à cidade", destaca o professor André Sathler Guimarães, diretor da Faculdade de Gestão de Negócios da Unimep, também representada, ontem, pelo professor Francisco Constantino Crocomo, coordenador do curso de Economia, o mais antigo da instituição, e do Banco de Dados Sócio-Econômicos. "Estamos pegando esse bonde de desenvolvimento que norteia Piracicaba, e isso é muito bom", comemora.

Participação das entidades

Tudo começará no Simespi, interlocutor do convênio, onde os empresários serão cadastrados para, posteriormente, participarem do novo convênio empresarial.

A Unimep entra no circuito, posteriormente, prestando assessoria aos empresários para a elaboração dos projetos. "Na verdade, o convênio representa a continuidade de uma aliança de quatro anos estabelecida com o banco. Nesse tempo, cerca de 80 projetos foram delineados, com 100% de aprovação", explica Paulo Amaral, gerente-regional da Caixa.

A participação da Unimep é considerada estratégica porque a universidade deixa de cumprir um papel acadêmico para prestar um serviço social. “Há muitos empresários que têm dificuldades em realizar cálculos e prospecções”.

O Sebrae, por outro lado, assumirá a tarefa de estudar a viabilidade técnica e econômica dos projetos, tendo como pano de fundo o acesso das micro e pequenas ao que há de mais eficaz e moderno em tecnologia.

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