O Simespi (Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas, de Material Elétrico, Eletrônico, Siderúrgicas e Fundições de Piracicaba, Saltinho e Rio das Pedras) celebrou o Dia da Indústria, na noite da última segunda-feira (26), com a palestra “O Brasil na Encruzilhada da Globalização: Desafios Econômicos e Políticos para o crescimento”, ministrada pelo economista e cientista social Marcos Troyjo. O evento ocorreu no Teatro Municipal Erotídes de Campos e reuniu empresários do setor metal-mecânico, convidados e autoridades.
O economista iniciou a apresentação afirmando que Piracicaba têm características parecidas com a de grandes cidades do mundo, como Boston (nos EUA), graças aos seus polos industriais e educacionais. Em seguida, ilustrou os cenários econômicos globais, retrocedendo na história e exemplificando seus argumentos de forma didática. Segundo Troyjo, em 2002, o mundo temia o Brasil, que passava por uma situação alarmante. Já em 2011, o país decolou e surpreendeu por não ser afetado pela crise de 2008. Agora, passa por uma situação de dúvida. “Ninguém sabe o que acontecerá com a economia brasileira. Estamos no meio da estrada, podemos facilmente progredir ou regredir”, afirmou. “Se nos próximos quatro anos fizermos as reformas necessárias para alavancar o desenvolvimento (tributária, trabalhista entre outras) e abrirmos nossos mercados para negociações internacionais, talvez teremos um futuro promissor. Por enquanto, vivemos essa incerteza que gera hesitação nos investidores internacionais".
Quanto ao cenário industrial, Troyjo explicou que as empresas são como atores em um contexto maior – um cenário global no qual há vários outros fatores como o palco, a iluminação e a plateia. Segundo o cientista social, a palavra de ordem no momento é inovação e abertura de mercados. “Há 20 anos, o mundo passava por um processo de liberalismo econômico radical. Com a recessão de 2008 e o atentado de 11 de setembro, a fé no liberalismo foi substituída por um grande protecionismo por parte das nações, que passaram a valorizar mais seu produto local”. Essa situação se agravou com o intenso desenvolvimento da China e suas assustadoras exportações. “Uma das variáveis que definirão o futuro econômico mundial será o que acontecerá com a China, que alcançou o incrível número de 9 trilhões de PIB e tem poupado e consumido cada vez mais”.
O economista citou o fator Ciclo do Talento. “Os indivíduos de sucesso são aqueles que têm mais talento – que têm aquilo que é necessário para fazer com que a empresa na qual ele trabalha prospere. O segredo para obter esse talento é dedicar-se avidamente à uma atividade específica – pensar, agir e debruçar-se totalmente sobre ela. Para o futuro, talento será ainda mais do que isso. Será o que você faz além de sua especialidade. Escritores terão que entender matemática e economistas deverão saber escrever bem. Aquele que souber fazer e manter conexões será mais talentoso", concluiu.
O presidente do Simespi, Euclides Baraldi Libardi afirmou que convidar o economista, residente dos EUA, para marcar o Dia da Indústria foi uma forma de homenagear os empresários e agregar conteúdo ao evento. “Nós ficamos muito felizes por Marcos Troyjo aceitar nosso convide e estar aqui conosco neste dia tão especial para a indústria e para o Simespi. Por ser um dos melhores economistas da atualidade e ter uma visão ampla da economia global, o palestrante nos brindou com uma exposição esclarecedora e consistente", destacou.
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