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O número de trabalhadores da base do Sindicato dos Metalúrgicos de Piracicaba e Região cresceu 9,1% neste ano em relação a 2005. O aumento representa 1.500 pessoas mais dentro da categoria, que totaliza 18 mil metalúrgicos em 2006. Segundo o presidente da entidade, José Luiz Ribeiro, as maiores empregadoras na cidade são a Caterpillar Brasil e a Dedini Indústrias de Base. De usinas à máquinas agrícolas, o setor sucroalcooleiro é o “motor” do emprego na região, afirmou o sindicalista.

Em 2005, o sindicato contava com 16,5 mil associados à categoria. A ampliação no número de profissionais em 2006, conforme Ribeiro, foi impulsionada pelos setores sucroalcooleiro e de biodiesel e pelas exportações da Caterpillar Brasil. “A Dedini, Caterpillar e NG Metalúrgica foram as principais empresas que absorveram novos empregados neste ano”, afirma o sindicalista.

Segundo estimativa do secretário-geral da entidade, Wagner da Silveira, cerca de 80% das 1.500 pessoas que entraram para a categoria neste ano, ou seja, 1.200 trabalhadores, estão empregados em Piracicaba. Mas, o número pode ser bem maior, já que as três maiores empregadoras totalizam a abertura de 1.350 vagas neste ano.

De acordo com a assessoria de imprensa da Caterpillar, a multinacional empregava 4.219 funcionários no ano passado. Neste ano, a unidade tem cerca de 4.800 empregados, o que resulta em 581 novos postos de trabalho.

Informações do presidente corporativo do Grupo Dedini, Tarcísio Ângelo Mascarim, dão conta que o mesmo volume de novas vagas abertas na Caterpillar também foi registrado na empresa da qual ele é executivo. “Neste ano, a empresa contratou cerca de 600 trabalhadores”, diz Mascarim.

Na NG, segundo o gerente de marketing da empresa, Francisco Ferreira, trabalham 920 pessoas atualmente. Neste ano, as unidades da Vila Rezende e Capim Fino receberam 150 novos funcionários, informa o diretor comercial da NG, Rogério Fanini Júnior.

Sobre as expectativas de crescimento do emprego para a categoria no próximo ano, o presidente do sindicato dos metalúrgicos afirma que, havendo continuidade da política econômica atual, o setor metal-mecânico manterá expansão, embora existam ressalvas.

“Os impostos precisam ser reduzidos e é necessário reformas fiscal e tributária, tudo para não complicar a guerra fiscal entre os Estados. Outro movimento que se percebe é que os usineiros estão buscando outros locais para seus negócios, como o Sul, Minas Gerais e a região Nordeste”, afirma Ribeiro.

A Caterpillar e a Dedini também foram consultadas pela reportagem do Jornal de Piracicaba sobre as expectativas para a abertura de novos postos de trabalho em 2007. Conforme a assessoria Caterpillar, a diretoria da multinacional só fala sobre o ano em exercício.

Já no caso da Dedini, o executivo Mascarim estima que sejam abertas até 400 novas vagas no próximo ano, por causa das vendas que estão sendo fechadas. “Porém, essas vagas não serão para o chão de fábrica. Eu entendo que vai haver uma necessidade maior num patamar de técnico para cima, atingindo profissionais de nível universitário”, prevê o presidente corporativo da empresa.

Sobre o cenário, Mascarim, que também é presidente do Simespi (sindicato patronal da indústria), acredita que o crescimento da base do sindicato representa um bom momento para as indústrias instaladas na cidade. “Com certeza, quem está alavancando estes números de trabalhadores é o setor sucroalcooleiro”, avalia.

Para o presidente do Simespi, o setor vai continuar caminhando bem, independente dos freios nas exportações e das eleições. “Não havendo providências para proteger o mercado interno, a situação pode afetar empresas exportadoras. No aspecto político, o setor sucroalcooleiro só vai sofrer quedas se, por exemplo, houver atraso na aprovação de financiamentos. Mas, no geral, como o etanol é de interesse mundial, sua demanda falará mais alto”, conclui Mascarim.

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